A Conferência Mulheres na Economia é um movimento de discussão aberta, para acelerar as reformas necessárias tendo em vista à construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Além da conferência mãe, realizada anualmente em Junho, ela dá lugar a outros eventos na mesma linha, tal como foi a conferência sobre o empoderamento económico das mulheres e jovens, organizada, no dia 30 de Novembro passado, pela Juntos.
Esta conferência visava reflectir as melhores perspectivas, opções e soluções para que o processo de empoderamento das mulheres e jovens seja efectivo, eficiente e que corresponda aos principais desafios por que estas passam. Para tal, por que constitui um aspecto central, esta conferência procurou identificar parceiros com os quais as mulheres e jovens poderão trabalhar para melhor estruturar o seu processo de empoderamento económico-financeiro.
A sessão de abertura teve como intervenientes Ana Zara Fateally, do BCI, Administrador-Delegado da FDC, Diogo Milagre, Sua Alteza Real Infanta Dona Cristina, da Fundação La Caixa. À esta sessão, seguiu-se a intervenção do Director de Advogacia e Mobilização de Recursos da FDC, Joaquim Oliveira, que fez a apresentação dos principais resultados e constatações da conferência ‘’Mulheres na Economia’’. Esta sessão foi encerrada com a intervenção inaugural de Kátia Agostinho, da The Financial Sector Deepening Moçambique, FSD-Moz.
Das sessões de abertura e da sessão inaugural, seguiram três oficinas moderadas por diferentes profissionais do sector empresarial e organizações da sociedade civil. Houve um total de 88 participantes, dos quais 62 mulheres (70.45%) e 26 homens (29.55 %).
O Administrador-Delegado da FDC, Diogo Milagre, destacou a importância do evento, relevando a celebração da efeméride dos 16 dias de activismo contra a violência baseada no género, apelando a todos os presentes para que pautassem pela denúncia dos actos de violência sempre que tal se manifestar nas suas diferentes formas. Defendeu ainda a necessidade de combate de todo o tipo de violência contra a mulher, considerando esta como um comportamento repugnante no nosso seio.
Acresceu ainda que ‘’temos plena consciência de que a conferência de hoje logrará dar respostas a algumas das grandes questões que a conferência “Mulheres na Economia”, levada a efeito no mês de Junho passado pela FDC, levantou. Por isso, mostramo-nos abertos para realização de uma agenda inclusiva onde a mulher tem um espaço e direito e para se desenvolver junto e com os homens desta terra.”
Por seu turno, o Director de Advocacia e Mobilização de Recursos, Joaquim Oliveira Mucar, disse que a conferencia ‘’Mulheres na Economia’’ tem como objectivo estabelecer um espaço de reflexão sobre os aspectos que infligem dificuldades para o empoderamento e a criação de uma agenda inclusiva para o desenvolvimento económico. Disse ainda que a conferência tem o fito de ser uma agenda orgânica, que vai para além da conferência realizada. Afiançou que a conferência empoderamento da mulher e jovem é parte desta estratégia para que iniciativas desta natureza continuem e fortaleçam a agenda do empoderamento.
A oradora principal explicou que o FSDMoç, em colaboração com o FMT, conduziu o inquérito aos consumidores (FinsScope,2019) em Moçambique. O estudo de 2019 teve como objectivo actualizar o estudo de 2014 com a finalidade de acompanhar as mudanças havidas, bem como agregar novos indicadores, tendo em vista à promoção de iniciativas para impulsionar a agenda da inclusão financeira em Moçambique.
A oradora acrescentou que das análises feitas pelo Banco Central (de 2015-2023), foram constatados os seguintes aspectos:
- Maior acesso de homens adultos aos serviços financeiros – 40% dos homens tem conta bancária e;
- 18% de mulheres com conta bancária.
E apresentou os seguintes aspectos para discussão na conferência:
- Proporção de população da População com conta bancária numa instituição financeira regulamentada;
- Barreiras de acesso para as mulheres no que concerne ao acesso ao crédito e poupança;
- Evolução dos Pontos de Acesso;
- Serviços Transacionais de Pagamentos;
- Serviços de Seguro e gestão de risco;
- Demanda da Mulher Moçambicana por serviços financeiros;
- Impacto das normas Sociais;
E propostas de Soluções para empoderar as mulheres